"Could it be as high as 90?"

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Spotlight, filme escrito e dirigido por Tom McCarthy, é um longa-metragem que não necessita usar sensacionalismo, apenas a realidade, que por si só, já é muito impactante.

O filme retrata a história da "Spotlight", equipe do jornal do "Boston Globe" que estavam responsáveis pelas reportagens especiais. O filme é baseado em uma história real, que deu origem ao livro escrito pelo mesmo time que participou da investigação do caso. Aos poucos, a equipe vai descobrindo uma série de relatos de pedofilia praticados por membros da Igreja Católica na cidade de Boston – todos, claro, devidamente acobertados.

No filme, tudo começa com um caso de pedofilia por um padre, a equipe logo se da conta de que isto não é apenas um caso, e resolvem focar a Spotlight para investigar mais sobre este assunto.

Os casos de pedofilias "confirmados" em Boston seriam 13, mas estes número vai aumentando, logo são 87, 600 e por ai vai. A forma como isto foi trabalhado no filme é genial, pois é crescente, começa com um "simples" caso e quando você se da conta, esta no mundo inteiro.

É mostrado também como é feito (ou pelo menos, deveria) jornalismo, é possível ter uma ideia de como funciona um jornal, das motivações profissionais e pessoais de cada um, também é posto a burocracia que os mais poderosos impõem, para esconder informações, o que acaba complicando a investigação da equipe.

É um filme que trabalha muito com documentos, depoimentos, diálogos, é, essencialmente, investigativo, mas em momento algum o filme chega a ser massante/cansativo, pois mantém um bom ritmo, a história é envolvente e as revelações sempre sorprendentes.

O filme esta sempre em movimento, ainda que parado. é um história onde nao ocorrem grandes conflitos, um momento muito impactante, mas o que o mantém em movimento é exatamente as investigações, a busca por depoimentos, busca por provas, busca por vitimas, então enquanto um membro vai atrás de uma pista, outra repórter busca por vítimas e no fim a informações obtida pelos dois casam.

O elenco do filme é muito forte:

Michael Keaton, mostra um líder robusto.
Mark Ruffalo, que trás um personagem forte, com um grande comprometimento e é extremamente energético e carismático.
Rachel McAdams, que trouxe ao personagem a sensibilidade, a comoção com as vítimas e, acima de tudo, força de caráter
Brian d'Arcy James, é o personagem mais sútil, mais discreto, que trás uma cena ESSENCIAL para o filme, de que o caso de pedofilia (mas que poderia ser qualquer outro caso), está mais perto do que se pensa.

(SPOILER!)

Logo após a publicação da matéria sobre os escândalos de pedofilia, o personagem de Michael Keaton, chega ao escritório e não encontra ninguém, mas é o momento impactante, quando todos estavam na sala da Spotlight, não apenas a equipe especial, vários telefones estavam tocando, todos eram denúncias. Walter Robinson (o personagem de Michael Keaton), não sabe como reagir e então fica ali parado, ainda tentando processar a dimensão disto.

Créditos finais, onde mostram as cidades, ao redor do mundo, que mais tiveram casos de pedofilia/abuso. Definitivamente a cena mais impactante do filme.

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Laura Sofia

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